CRÍTICA TEXTUAL E ANÁLISE DE APOCALIPSE 22.14
Em 1º lugar, vejamos o que dizem algumas edições dos nossos renomados textos gregos e versões:
(1) Westcott-Hort 1881 combinado com Nestle-Aland 27th variantes:
μακαριοι (Abençoados) οι (os) πλυνοντες (que lavam) τας (as) στολας (vestes) αυτων (deles) ινα (de modo que) εσται (será) η (a) εξουσια (autoridade) αυτων (deles) επι (sobre) το (a) ξυλον (árvore) της (da) ζωης (vida) και (e) τοις (pelos) πυλωσιν (pórticos) εισελθωσιν (entrem) εις (para) την (a) πολιν (cidade)
(2) Tischendorf 8th:
μακάριοι (Abençoados) οἱ (os) πλύνοντες (que lavam) τὰς (as) στολὰς (vestes) αὐτῶν, (deles,) ἵνα (de modo que) ἔσται (será) ἡ (a) ἐξουσία (autoridade) αὐτῶν (deles) ἐπὶ (sobre) τὸ (a) ξύλον (árvore) τῆς (da) ζωῆς (vida) καὶ (e) τοῖς (pelos) πυλῶσιν (pórticos) εἰσέλθωσιν (entrem) εἰς (para) τὴν (a) πόλιν. (cidade.)
(3) Byzantine Textform 2005:
μακαριοι (Abençoados) οι (os) ποιουντες (que praticam) τας (os) εντολας (mandamentos) αυτου (dEle) ινα (de modo que) εσται (será) η (a) εξουσια (autoridade) αυτων (deles) επι (sobre) το (a) ξυλον (árvore) της (da) ζωης (vida) και (e) τοις (pelos) πυλωσιν (pórticos) εισελθωσιν (entrem) εις (para) (a) πολιν (cidade)
(4) Stephens' 1550 Textus Receptus combinado com Scrivener's 1894 Textus Receptus:
μακαριοι (Abençoados) οι (os) ποιουντες (que praticam) τας (os) εντολας (mandamentos) αυτου (dEle) ινα (de modo que) εσται (será) η (a) εξουσια (autoridade) αυτων (deles) επι (sobre) το (a) ξυλον (árvore) της (da) ζωης (vida) και (e) τοις (pelos) πυλωσιν (pórticos) εισελθωσιν (entrem) εις (para) την (a) πολιν (cidade)
(5) Peshitta:
(para aqueles que praticam) לַדעָבדִּין (Suas bênçãos) טוּבַיהוּן
(sua autoridade) שׁוּלטָנהוּן (será) נֵהוֵא (seus mandamentos) פּוּקדָּנַוהי
(& pelos pórticos) וַבתַרעָא (da vida) דּחַיֵא (a árvore) קַיסָא (sobre) עַל
(para a cidade) לַמדִינתָּא (eles devem entrar) נֵעלוּן
(6) Vulgata:
beati (Abençoados) qui ([os] que) lavant (lavam) stolas (vestes) suas (suas) ut (para) sit (terem) potestas (poder) eorum (seu) in (na) ligno (árvore) vitae (da vida) et (e [pelos]) portis (pórticos) intrent (entrem) in (na) civitatem (cidade)
Vejam que temos as edições críticas dizendo:
“...πλύνοντες (que lavam) τὰς (as) στολὰς (vestes)...”.
Temos ainda outras edições gregas dizendo:
“...ποιοῦντες (que praticam) τὰς (os) ἐντολὰς (mandamentos)...”.
E ainda temos a Peshitta dizendo:
“...(seus mandamentos) פּוּקדָּנַוהי (para aqueles que praticam) לַדעָבדִּין...”
E também a Vulgata dizendo:
“...qui ([os] que) lavant (lavam) stolas (vestes) suas (suas)...”.
Não foi possível, dentro das limitações desta pesquisa, precisar a data em que o problema textual de Apocalipse 22.14 surgiu, entretanto, quase todos os estudiosos do assunto têm chegado a um denominador comum quanto à divergência no texto: Esta apareceu em consequência do equívoco dos copistas.
Observem a grande semelhança entre as palavras variantes (já que há poucas letras diferentes) fez com que os escribas substituíssem uma frase pela outra:
“ΠΛΥΝΟΝΤΕΣ ΤΑΣ ΣΤΟΛΑΣ” & “ΠΟΙΟΥΝΤΕΣ ΤΑΣ ΕΝΤΟΛΑΣ”
Em outros pontos de Apocalipse temos uma linguagem que apoia as duas leituras:
“...ἐμόλυναν (sujaram) τὰ (as) ἱμάτια (vestes)...” (Ap 3.4)
“...ἔπλυναν (lavaram) τὰς (as) στολὰς (vestes)...” (Ap 7.14)
“...τηρούντων (que guardam) τὰς (os) ἐντολὰς (mandamentos )...” (Ap 12.17)
“...τηροῦντες (que guardam) τὰς (os) ἐντολὰς (mandamentos)...” (Ap 14.12)
Vejamos agora, os principais dados manuscritológicos e históricos:
Para a leitura: “...πλύνοντες (que lavam) τὰς (as) στολὰς (vestes) αὐτῶν, (deles,)...”, nós temos o seguinte apoio:
Codex Sinaíticus, Codex Alexandrinus, ƒ052, (922, 2050, πλύναντες) (1006, πλυνυντες) 1841, 2053, 2062, Ardmachanus (Latim Antigo), Vulgata (Latim), Copta Saídico, Etíope (Antigo Etíope). Pais da Igreja: Ps-Ambrose (VI), Fulgentius (533), Apringius (551), Primasius (552), Haymo (841).
E para a leitura: “...ποιοῦντες (que praticam) τὰς (os) ἐντολὰς (mandamentos) αὐτοῦ (dEle)...”, nós temos o seguinte apoio:
046, 1611, 2329, Gigas Itálic (Latim Antigo) Siríaco Peshitta, Siríaco Heracleana, Copta Bohaírico. Pais da Igreja: Tertullian (220), Cyprian (258), Tyconius (380), Andrew de Casesarea (614), Beatus (786) e Arethas (914).
Conclusões:
1º O texto variante pode ter se originado de um equivoco onde palavras gregas parecidas foram trocadas.
2º Existem outros textos em Apocalipse que falam em lavagem de vestes e de praticar os mandamentos.
3º Os pais da igreja que citavam a leitura: “...os que praticam os mandamentos dEle...” são mais antigos que os pais da igreja que citavam a leitura: “...que lavam as vestes deles...”, mas até onde estas antigas citações Apocalipse 22.14, podem de fato provar que esta é a leitura original? Até onde podemos ignorar manuscritos unciais como os Códices Sinaíticus e Alexandrinus, por exemplo?
Não é meu propósito esgotar o assunto em questão, mas fornecer uma noção da problemática textual do texto de Apocalipse 22.14. No meu ponto de vista, a crítica textual, não tem condições de dar uma definição exata deste texto, como não sou antinomiano, não posso ser acusado de ser desonesto acerca do ponto de vista da indefinição de qual é a leitura original. E mesmo se eu fosse antinomiano, continuaria acreditando que a verdade não pode ser pregada as custas da própria verdade.
Em 1º lugar, vejamos o que dizem algumas edições dos nossos renomados textos gregos e versões:
(1) Westcott-Hort 1881 combinado com Nestle-Aland 27th variantes:
μακαριοι (Abençoados) οι (os) πλυνοντες (que lavam) τας (as) στολας (vestes) αυτων (deles) ινα (de modo que) εσται (será) η (a) εξουσια (autoridade) αυτων (deles) επι (sobre) το (a) ξυλον (árvore) της (da) ζωης (vida) και (e) τοις (pelos) πυλωσιν (pórticos) εισελθωσιν (entrem) εις (para) την (a) πολιν (cidade)
(2) Tischendorf 8th:
μακάριοι (Abençoados) οἱ (os) πλύνοντες (que lavam) τὰς (as) στολὰς (vestes) αὐτῶν, (deles,) ἵνα (de modo que) ἔσται (será) ἡ (a) ἐξουσία (autoridade) αὐτῶν (deles) ἐπὶ (sobre) τὸ (a) ξύλον (árvore) τῆς (da) ζωῆς (vida) καὶ (e) τοῖς (pelos) πυλῶσιν (pórticos) εἰσέλθωσιν (entrem) εἰς (para) τὴν (a) πόλιν. (cidade.)
(3) Byzantine Textform 2005:
μακαριοι (Abençoados) οι (os) ποιουντες (que praticam) τας (os) εντολας (mandamentos) αυτου (dEle) ινα (de modo que) εσται (será) η (a) εξουσια (autoridade) αυτων (deles) επι (sobre) το (a) ξυλον (árvore) της (da) ζωης (vida) και (e) τοις (pelos) πυλωσιν (pórticos) εισελθωσιν (entrem) εις (para) (a) πολιν (cidade)
(4) Stephens' 1550 Textus Receptus combinado com Scrivener's 1894 Textus Receptus:
μακαριοι (Abençoados) οι (os) ποιουντες (que praticam) τας (os) εντολας (mandamentos) αυτου (dEle) ινα (de modo que) εσται (será) η (a) εξουσια (autoridade) αυτων (deles) επι (sobre) το (a) ξυλον (árvore) της (da) ζωης (vida) και (e) τοις (pelos) πυλωσιν (pórticos) εισελθωσιν (entrem) εις (para) την (a) πολιν (cidade)
(5) Peshitta:
(para aqueles que praticam) לַדעָבדִּין (Suas bênçãos) טוּבַיהוּן
(sua autoridade) שׁוּלטָנהוּן (será) נֵהוֵא (seus mandamentos) פּוּקדָּנַוהי
(& pelos pórticos) וַבתַרעָא (da vida) דּחַיֵא (a árvore) קַיסָא (sobre) עַל
(para a cidade) לַמדִינתָּא (eles devem entrar) נֵעלוּן
(6) Vulgata:
beati (Abençoados) qui ([os] que) lavant (lavam) stolas (vestes) suas (suas) ut (para) sit (terem) potestas (poder) eorum (seu) in (na) ligno (árvore) vitae (da vida) et (e [pelos]) portis (pórticos) intrent (entrem) in (na) civitatem (cidade)
Vejam que temos as edições críticas dizendo:
“...πλύνοντες (que lavam) τὰς (as) στολὰς (vestes)...”.
Temos ainda outras edições gregas dizendo:
“...ποιοῦντες (que praticam) τὰς (os) ἐντολὰς (mandamentos)...”.
E ainda temos a Peshitta dizendo:
“...(seus mandamentos) פּוּקדָּנַוהי (para aqueles que praticam) לַדעָבדִּין...”
E também a Vulgata dizendo:
“...qui ([os] que) lavant (lavam) stolas (vestes) suas (suas)...”.
Não foi possível, dentro das limitações desta pesquisa, precisar a data em que o problema textual de Apocalipse 22.14 surgiu, entretanto, quase todos os estudiosos do assunto têm chegado a um denominador comum quanto à divergência no texto: Esta apareceu em consequência do equívoco dos copistas.
Observem a grande semelhança entre as palavras variantes (já que há poucas letras diferentes) fez com que os escribas substituíssem uma frase pela outra:
“ΠΛΥΝΟΝΤΕΣ ΤΑΣ ΣΤΟΛΑΣ” & “ΠΟΙΟΥΝΤΕΣ ΤΑΣ ΕΝΤΟΛΑΣ”
Em outros pontos de Apocalipse temos uma linguagem que apoia as duas leituras:
“...ἐμόλυναν (sujaram) τὰ (as) ἱμάτια (vestes)...” (Ap 3.4)
“...ἔπλυναν (lavaram) τὰς (as) στολὰς (vestes)...” (Ap 7.14)
“...τηρούντων (que guardam) τὰς (os) ἐντολὰς (mandamentos )...” (Ap 12.17)
“...τηροῦντες (que guardam) τὰς (os) ἐντολὰς (mandamentos)...” (Ap 14.12)
Vejamos agora, os principais dados manuscritológicos e históricos:
Para a leitura: “...πλύνοντες (que lavam) τὰς (as) στολὰς (vestes) αὐτῶν, (deles,)...”, nós temos o seguinte apoio:
Codex Sinaíticus, Codex Alexandrinus, ƒ052, (922, 2050, πλύναντες) (1006, πλυνυντες) 1841, 2053, 2062, Ardmachanus (Latim Antigo), Vulgata (Latim), Copta Saídico, Etíope (Antigo Etíope). Pais da Igreja: Ps-Ambrose (VI), Fulgentius (533), Apringius (551), Primasius (552), Haymo (841).
E para a leitura: “...ποιοῦντες (que praticam) τὰς (os) ἐντολὰς (mandamentos) αὐτοῦ (dEle)...”, nós temos o seguinte apoio:
046, 1611, 2329, Gigas Itálic (Latim Antigo) Siríaco Peshitta, Siríaco Heracleana, Copta Bohaírico. Pais da Igreja: Tertullian (220), Cyprian (258), Tyconius (380), Andrew de Casesarea (614), Beatus (786) e Arethas (914).
Conclusões:
1º O texto variante pode ter se originado de um equivoco onde palavras gregas parecidas foram trocadas.
2º Existem outros textos em Apocalipse que falam em lavagem de vestes e de praticar os mandamentos.
3º Os pais da igreja que citavam a leitura: “...os que praticam os mandamentos dEle...” são mais antigos que os pais da igreja que citavam a leitura: “...que lavam as vestes deles...”, mas até onde estas antigas citações Apocalipse 22.14, podem de fato provar que esta é a leitura original? Até onde podemos ignorar manuscritos unciais como os Códices Sinaíticus e Alexandrinus, por exemplo?
Não é meu propósito esgotar o assunto em questão, mas fornecer uma noção da problemática textual do texto de Apocalipse 22.14. No meu ponto de vista, a crítica textual, não tem condições de dar uma definição exata deste texto, como não sou antinomiano, não posso ser acusado de ser desonesto acerca do ponto de vista da indefinição de qual é a leitura original. E mesmo se eu fosse antinomiano, continuaria acreditando que a verdade não pode ser pregada as custas da própria verdade.